domingo, 7 de fevereiro de 2010

Coisa mai' linda

"O espírito do monhé", cap. I, 2ª parte

"Já dentro da sua mãe, que era tia ao mesmo tempo, se tinha notabilizado pela sua enorme falta de raciocínio, mas em contrapartida possuía um complexo "espírito" inventivo, que o levou, na altura do parto, a tentar sair por um ouvido. As consequências não foram as melhores, pois a mãe ficou com problemas auditivos, e ele com um pé maior que o outro. Mas ele não desanimou, e opinou logo que melhores dias viriam.

Foi quando a criança veio ao mundo que se notou que aquele "capricho da natureza" não era normal, e o quão importante era aquele momento para toda a humanidade, bem como para o desenrolar da História. Assim que apanhou o par de galhetas do médico, motivado não unicamente por razões de natureza técnico-columbófila, desatou na brincadeira e na palhaçada com o cordão umbilical, indagando-se continuamente acerca do porquê daquele bocado de tripa pendurado na pança, ao contrário do resto dos bebés, que disferem imediatamente um poderoso arroto com um desagradável, mas interessante, cheiro a camarões com maionese (última refeição da mãe), que geralmente soa a um Jeová a impingir bíblias.

Foi já fora da maternidade, que por ironia do destino era simultaneamente a taberna mais concorrida do Afeganistão, que o pequeno rebento deparou com um mundo totalmente estranho e, em sua opinião, com demasiados tons de azul. Subitamente, constatou que algo não estava bem e tratou logo de conjugar todos os seus esforços em chamar a atenção da taberneira para lhe mudar a fralda."

1 comentário:

  1. Isto sim. A verdadeira obra-enteada da espécie de frasco entreaberto a mais de 1/4 de meio menos uma beca.

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