"O espírito do monhé", cap. II
"Olá, aqui estamos de novo. Esperamos que não tenham gostado do primeiro capítulo, pois este é bastante pior e subconsequentemente... pior! Mas deixemo-nos de rodeios e vamos ao que interessa. Mas afinal o que é que interessa? (suspense).
Bom, já em Cabo Verde, o nosso, perdão, o vosso herói começou por desenvolver uma importante plantação de cocos. Explorou os habitantes lá do sítio, pagando-lhes meia pataca/ano, até enriquecer à custa deles.
Um dia o terror chegou à cidade. Um psicopata assassino recém chegado da Nova Zelândia começava a fazer as suas vítimas. Com fogo no olhar e trémulas mãos assassinas, o assassino avançava para mais uma vítima. Mais um pobre plantador de palmeiras se esvaia em sangue enquanto o seu carrasco lhe virava as costas sarcasticamente.
O vosso herói deparava-se agora com um novo dilema: como fazer com que o sangue derramado nos cocos não lhe afectasse a venda das melancias? Mas bastou-lhe "raciocinar" um pouco para rapidamente desenvolver um poderoso removedor de nódoas para cocos, ideia não muito feliz que causou um surto de escarlatina por toda a vasta região dos Alpes Noruegueses, o que o levou posteriormente a ser deportado para as Berlengas pelas autoridades Filipinas.
Foi aí que decidiu ser mergulhador aquático, profissão que não o apaixonou particularmente devido ao fraco teor de sal nos bacalhaus ensonsos, e também porque fazia muito frio lá em cima.
Fugindo à cadeira eléctrica em 1503 AC por ter feito más críticas ao famoso livro "Cano de esgoto: entradas e saídas", foi viver o resto dos seus míseros dias para Catramaxias de Cima, onde se dedicou exclusivamente à caça do javali Africano. Mas como em Catramaxias de Baixo não havia leopardos, muito menos indianos, o vosso herói pensou profundamente na sua vida e chegou à conclusão que quem ler isto está a perder tempo e não precisa de óculos.
-Corta!!! Quem é que deu o guião a esse monhé?
-Qual guião? Nós aqui não usamos disso...
-Atão temos que por um fim a isso!
-É para já!
Fim
-Não, não, não!
-Sim, sim, sim!
-Bem, vamos lá a por alguma ordem nisto. Onde é que ia a história que eu já não me lembro?
-Que eu me lembre a história não ia a lado nenhum. Acho que desde há bocado, ninguém saiu daqui...
-Mas porquê? Porquê?!
-Porquê o quê?
-Mas porquê o quê, o quê?
-Perdão, é aqui o estúdio 4?
-Não, aqui é o 8. O 6 é lá mais à frente.
-Obrigado.
-Nada. Apareça sempre.
O nosso herói, vendo que era a frustração em pessoa, decidiu seguir pelo caminho da arte, mas constatando que todos os monhés da altura seguiam o ramo artístico, pensou para dentro e disse que não. Ele não queria ser só mais um monhé, ele queria ser um monhé especial e atingir o objectivo que a sua família perseguia à milhares de gerações: ser mais inteligente que outra, aliás, que uma pessoa. Mas mesmo assim não desistiu e continuou na mesma.
Foi tornando-se escritor que se deu conta da sua verdadeira vocação: faxineiro (ainda fazia histórias piores que esta)... Depois de escrever vários romances fracassados decidiu fugir para a Costa do Marfim."

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