"O espírito do monhé", cap. I, 5ª parte
"Cansado de lutar contra moinhos de vento e vítima de uma sociedade constrangida que não o compreendia fazia, logicamente, dele um incompreendido, razão que o levou a cometer adultério a si próprio e a fugir com a mulher do bibliotecário para a Caparica, onde teve tempo para concretizar o seu sonho de criança: tocar ferrinhos numa banda.
O único precalce naquele momento era a falta de um nome adequado para a banda. Depois de observar cuidadosamente uma longa lista encabeçada pelo nome "Crespo e os Ouriços", decidiu que "Spock Aníbal e os Antropófagos" era o mais ortodoxo. A banda alcançou as luzes da ribalta fazendo a banda sonora do filme "Vida canina" de Joaquim Matacão. O auge da carreira foi alcançado pelo estrondoso "êxit" da famosa melodia "aperta a ver se apita".
Já numa fase descendente da sua carreira teve ainda tempo para representar um pequeno papel na famosa comédia de João Matreco e Mané Penteado: "Ronhonhó alentejano", onde se destacaram as participações de Funji Cida, Feia de Suza e ainda de Quim Trazado, no protagonista.
Retirando-se posteriormente da 7ª arte, retornou às origens e requereu a reforma, retirando-se para uma fábrica de salsichas no sul da Florida, onde foi presenteado à chegada com um presunto autografado pelos Mum-Rá (extravagância típica local) e uma garrafa de Amarguinha "made in Portugal" com rótulo em espanhol, pela bela Marylinda Nãoroy, devido à importante descoberta do recarregador de isqueiros com bateria de 9 volts e da lâmpada quase eléctrica a pedais."
Sem comentários:
Enviar um comentário